Do G1
Uma série de explosões em hotéis de luxo e igrejas católicas durante a celebração da Páscoa no Sri Lanka deixou 290 mortos, sendo 35 estrangeiros, e mais de 500 feridos neste domingo (21), segundo informações de autoridades policiais para a agência France Presse.
Os atentados foram registrados na capital, Colombo, e nas regiões de Katana e Batticaloa. De acordo com a polícia do Sri Lanka, os casos ocorreram por volta das 8h45 (0h15, no horário de Brasília) em três hotéis e três templos religiosos que realizavam missas. Mais tarde, outras duas explosões foram registradas na capital.
Segundo uma fonte ouvida pela AFP, todas as mortes ocorreram em igrejas: 64 delas em um templo na capital, 67 em Katana e 25 em Batticaloa. Ainda segundo essa fonte, 254 pessoas foram hospitalizadas em Colombo e outras 60 nas localidades que foram atacadas fora da capital. Nenhum grupo reivindicou autoria das ações até o momento.
Novas explosões
Por volta das 14h15 no horário local, uma nova explosão foi sentida em um outro hotel na capital do país. A agência France Presse cita fontes policiais para informar que mais duas pessoas teriam morrido nesse incidente. Tempo depois, houve mais um registro de explosão na periferia da cidade, mas ainda não há informações sobre vítimas.
Investigação
O primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe convocou uma reunião do conselho de segurança nacional em sua casa para o final do dia. “Eu condeno veementemente os ataques covardes contra nosso povo hoje. Eu chamo todos para permanecerem unidos e fortes”, postou no Twitter.
O presidente do Sri Lanka, Maithripala Sirisena, pediu calma ao país. “Por favor, fiquem calmos e não sejam enganados por rumores”, declarou Sirisena em mensagem à nação.
Sirisena, que se mostrou “em ‘choque’ e triste com o que ocorreu”, esclareceu que “as investigações estão em curso para descobrir que tipo de conspiração está por trás destes atos cruéis”.
O governo informou que vai impor um toque de recolher de 12 horas no país a partir das 18h no horário local (9h30, em Brasília).
Atentados desta magnitude não tinham acontecido no Sri Lanka desde a guerra civil entre a guerrilha tâmil e o governo, um conflito que durou 26 anos e terminou em 2009, e que deixou segundo dados da ONU mais de 40 mil civis mortos
O último deles foi em 2018, quando o governo teve que declarar estado de emergência após confrontos entre muçulmanos e budistas. No Sri Lanka, a população cristã representa 7%, enquanto os budistas são cerca de 70%, de acordo com o censo feito em 2012.
Reações
As igrejas cristãs na Terra Santa expressaram seu pesar após os atentados. “Que difíceis, irritantes e tristes são estas notícias, especialmente porque os ataques aconteceram enquanto os cristãos comemoravam a Páscoa”, lamentou o assessor de líderes da Igreja na Terra Santa, Wadie Abunassar.
Ele transmitiu sua solidariedade ao Sri Lanka e ‘a todos seus habitantes em suas várias confissões religiosas e origens étnicas’. “As igrejas rezam pelas almas das vítimas e pedem a rápida recuperação dos feridos”, acrescentou em comunicado.