Do Jornal O Tempo
Depois de um ano com vendas pouco expressivas, os bons ventos parecem estar voltando a bater no setor imobiliário. No mês de julho, 425 imóveis residenciais novos foram vendidos em Belo Horizonte e em Nova Lima, uma alta significativa em relação aos parcos 96 registrados no mês anterior.
Esse volume de vendas mensal é o segundo maior do ano, ficando atrás somente do registrado em fevereiro, que foi de 491 unidades. Os dados são do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG).
“O mercado está reagindo à melhoria das expectativas, causada pelo desfecho do processo político e pela iminência das medidas econômicas que serão tomadas pelo novo governo”, analisa o vice-presidente da área imobiliária do Sinduscon-MG, José Francisco Cançado.
Os lançamentos também apresentaram alta, saindo de 108 unidades, em junho, para 524 imóveis, em julho. Desse modo, o estoque de apartamentos novos em julho fechou em 5.020 unidades e o Índice de Velocidade de Vendas no mês subiu para 7,8%. De acordo com Cançado, o segundo semestre sempre traz perspectivas positivas para o mercado.
“Podemos observar que é um período com férias menores e com uma expectativa das pessoas de encerrar o ano com algumas metas pessoais cumpridas, tipo entrar no ano novo em um novo apartamento. Também é um período de maior rendimento (13º salário), maior faturamento devido ao Natal e maior procura de famílias do interior do Estado que precisam adquirir um imóvel para instalar os filhos que estão vindo para a capital estudar no ano seguinte”, justifica o vice-presidente.
Mais visada. Em julho, a região da Pampulha foi a que registrou o maior volume de lançamentos, 468 unidades, e também de vendas, com 307 apartamentos comercializados. As faixas supereconômico e econômico, que compreendem imóveis até o valor de R$ 250 mil, representaram 87,8% do que foi disponibilizado no mercado em julho. As vendas também se concentraram nesse segmento, respondendo por 76,5% do total comercializado no mês.
“Essa é historicamente a faixa de entrada no mercado, o chamado primeiro imóvel, com valores mais baixos e mais acessíveis, e ainda com financiamento mais abundante. É também a faixa que tem o maior déficit habitacional brasileiro. As demais faixas normalmente são de pessoas que já têm um imóvel e almejam uma qualidade maior, um ‘up grade’, podendo esperar mais um pouco para realizar esse sonho”, explica Cançado.
Comercial. No mercado de imóveis comerciais, em julho, foram vendidos 28 imóveis e não ocorreu lançamento. A velocidade de vendas no segmento fechou o mês em 4,3% e o estoque em Belo Horizonte e Nova Lima é de 627 unidades. “É um número positivo, porém ainda tímido. Quando a economia realmente melhorar, o mercado como um todo vai voltar a demandar mais espaço, o que acarretará a melhoria do mercado comercial”, comenta.
A Pesquisa do Mercado Imobiliário do Sinduscon-MG, realizada pela Brain Bureau de Inteligência Corporativa, coletou dados junto a 250 empresas, abrangendo cerca de 90% do total de empreendimentos com venda ativa (em obras ou prontas para morar).
Aquecimento das vendas pode gerar mais empregos no futuro
Os dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG) apontam aumento da confiança para comprar um imóvel. “A partir da redução da expectativa de demissão (quem tinha que ser demitido já o foi), e da melhoria da confiança na economia, volta a confiança para o consumo”, considera o representante do Sinduscon-MG, José Francisco Cançado.
Segundo ele, a situação tende a melhorar. “Estamos assistindo a uma melhoria lenta, porém contínua. A expectativa é que haja uma aceleração nas vendas durante 2017, o que gerará novos lançamentos, e, consequentemente, incrementará a economia com mais empregos e consumo de materiais. Esta cadeia de produção da construção civil é muito poderosa, movimentando muito a economia”, pontua Cançado.