(Brasília - DF, 07/09/2019) Presdiente da República, Jair Bolsonaro, durante desfile Cívico por ocasião do Dia da PátriarFoto: Alan Santos/PR

O Jornal Nacional desta última terça-feira, dia 29, noticiou que as investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro no caso Marielle Franco implicaram o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). O depoimento do porteiro do condomínio onde mora o presidente afirmou que Élcio Queiroz, um dos homens presos pela morte da vereadora em março do ano passado, foi até o local horas antes de consumar o assassinato.

O porteiro concedeu dois depoimentos durante as investigações e afirmou que Élcio chegou ao local e pediu para ir à casa 58, neste caso a residência do então deputado federal, Jair Bolsonaro. O porteiro afirmou que ligou no local e falou com o “senhor Jair” que autorizou a entrada do motorista, que estava em um Renaut Logan. Queiroz é ex-policial militar e é apontado pela polícia como condutor do veículo que perseguiu o carro da vereadora. Ele está preso!

Contudo, ao entrar no condomínio, Élcio se dirigiu para a casa de número 66, que fica próxima a de Bolsonaro. No local residia, à época, o policial reformado Ronnie Lessa, acusado pela polícia de ter sido o responsável pelos tiros que assassinaram a vereadora (também está preso). Segundo o porteiro, ele acompanhou o trajeto do Renault até a casa e ligou novamente na residência 58 para saber se o proprietário (“senhor Jair”, nas palavras do depoente), sabia que o rapaz que acabara de entrar se dirigia para outro local. Ainda de acordo com o porteiro, o homem que atendeu afirmou estar ciente do local para onde estava se caminhando o carro.

Contudo, segundo a “Rede Globo de Televisão”, no dia em que ocorreu esta situação, Bolsonaro estava em Brasília e chegou a registrar sua presença em plenário na Câmara dos Deputados. Ele ainda fez vídeos oriundos da capital federal. Com isso, a Polícia Civil quer a gravação das ligações feitas pelo porteiro no dia do assassinato, para saber quem foi que atendeu a ligação da casa do atual presidente naquele dia.

O Ministério Público do Rio de Janeiro foi até o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, para saber se poderá continuar com as investigações após citação do presidente. Isso porque, segundo a lei, o STF é obrigado a investigar um caso quando o presidente da República é implicado. Toffoli ainda não respondeu.

Bolsonaro, que está em viagem aos Emirados Árabes Unidos, fez uma transmissão ao vivo em suas redes sociais e negou veementemente que esteja ligado ao assassinato da vereadora. O presidente disparou contra a Globo, qualificando a emissora como “canalha” e afirmando que a mesma fez “patifaria”. Ele ainda usou tom de ameaça para dizer que o processo de renovação de concessão da maior emissora brasileira em 2022 terá que estar “enxuto” para ser aprovado.

A situação revirou Brasília de ponta-cabeça. A bancada do PSOL na Câmara, partido de Marielle, pediu urgência para tratar do assunto com o presidente do STF. Alguns senadores também solicitaram audiência com Toffoli.

Neste mesmo condomínio mora o filho do presidente, Carlos Bolsonaro (PSL), que é vereador do município do Rio de Janeiro. Ele reside na casa de número 36, que também está em nome de Jair Bolsonaro.

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