A economia brasileira continuou mantendo o crescimento, apesar de modesto, desde que saiu da recessão no primeiro trimestre de 2017. O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,8% no terceiro trimestre, segundo dados apresentados nesta sexta-feira, dia 30, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados de comparação são do trimestre imediatamente anterior (o segundo trimestre).

A taxa veio melhor se comparada à aquela apresentada no segundo trimestre, quando a economia cresceu 0,2% sob efeitos da grave greve dos caminhoneiros que paralisou o país. No primeiro trimestre, o Brasil cresceu, também, 0,2% apenas. Isso mostra uma certa paralisia da nossa economia, mesmo que tenha saído da recessão.

Se comparado a outros países, o Brasil fica no 39º lugar num ranking de 44 países. O país cresceu, por exemplo, mais do que a Alemanha e o Japão, mas cresceu menos que Reino Unido, França, Espanha e a Zona do Euro. A China cresceu 6,5% e o Estados Unidos 3% e lideram o ranqueamento.

No caso da Alemanha, há de fato, um temor que o país venha a desaquecer na esteira de uma queda nas exportações. A chanceler Angela Merkel, que está em seu quarto mandato, também tem perdido força política interna. O Japão vive problemas relacionados ao crescimento da sua economia há vários anos.

Já a China manteve o esperado e os Estados Unidos perderam dinamismo, mas continuam com a economia funcionando em pleno emprego.

Quando o PIB é medido pelo mesmo trimestre do ano de 2017, o crescimento é de 1,3%. É assim que normalmente os americanos divulgam seu PIB. No ano, o crescimento acumulado é de 1,1%. 

Setores

O agronegócio continuou sua expansão neste trimestre. Isso porque oscilou positivamente em 0,7% contra 0,5% do segundo trimestre. A indústria que patinou no primeiro e segundo trimestres, registrou alta de 0,4%. Já o setor de serviços, que corresponde a 70% do PIB, expandiu 0,5% neste trimestre e continuou a ganhar campo já que no segundo expandiu 0,3%.

O consumo das famílias veio mais forte e ajudou a impulsionar a economia. O crescimento foi de 0,6% e demonstra que a mínima queda do desemprego tem surgido efeitos. O consumo do governo veio positivo em 0,3%, depois de dois recuos (0,3% no primeiro trimestre e 0,4% no segundo trimestre) e os investimentos vieram com forte alta de 6,6%.

Acontece que o IBGE contabilizou a compra de plataformas de petróleo há alguns anos e isso ajudou a impulsionar a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que contabiliza a compra de maquinário para produção como investimento. O investimento apesar de representar 20% do PIB, é uma importante medida da saúde da economia. Isso porque quando as famílias consomem, a indústria também investe mais para aumentar a oferta (produção), o que reflete no PIB.

Sem contabilizar o dispêndio com essas plataformas de petróleo, os investimentos ainda viriam positivos em 2,7%. As exportações cresceram 6,7% e as importações 10,2%, já que o aumento da renda, do consumo e consequentemente do PIB aumentam as importações por parte do Brasil.

Projeções

Se espera que neste ano o país cresça algo em torno de 1,4%, segundo relatório do Ministério da Fazenda. Já o Boletim Focus, apresentado pelo Banco Central e que apresenta as expectativas do mercado, apontam para um PIB de 1,39%. 

Em 2019 espera-se crescimento de 2,5%.

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